Preconceito zero. Essa é a proposta do Projeto Escola Antirracista Quissamã lançado nesta quinta-feira (9) pela Prefeitura. Desenvolvido em parceria pelas secretarias de Educação e Assistência Social, juntamente com a Coordenadoria de Igualdade Racial, o projeto vai fomentar o debate sobre as relações étnico-raciais no ambiente escolar, inicialmente com alunos do 6º ao 9º ano, por meio de rodas de conversa, palestras e oficinas.
A prefeita Fátima Pacheco abriu a aula inaugural na Escola Municipal Professora Maria Ilka de Queirós e Almeida, com a presença de estudantes das escolas Maria Ilka, Délfica de Carvalho Wagner e Nelita Barcelos, além de secretários, professores e gestores educacionais. Em 2022, a prefeita assinou o Pacto de Combate ao Racismo e Promoção da Igualdade Racial que inclui Quissamã à Rede de Cidades Antirracistas.
Fátima reforçou a relevância do combate ao racismo e bullying na proteção da vida e na construção de uma sociedade mais justa e saudável. “O racismo é tão perverso que ele não só adoece ou tira as pessoas de uma vida comum, de uma vida social feliz, o racismo faz a gente se sentir menor. E o que a gente quer com esse projeto é mostrar que vocês são gigantes e podem conquistar os lugares que sonham”, enfatizou a prefeita.
A secretária de Educação, Helena Lima, destacou a importância do projeto como um espaço de reflexão e diálogo sobre as vivências de cada estudante. “Vamos falar do que a gente vive, vê e daquilo que a gente sente. Porque muitas coisas na escola a gente aprende, mas quando chega lá fora, às vezes vivemos situações em que a escola pode ser um norteador, pode preparar vocês”, destacou Helena Lima.
A coordenadora de Gestão Pedagógica, Joelma Passos, ressaltou que o projeto é inspirado na Lei Federal 10.639/2003 e busca inserir de forma efetiva o debate sobre questões raciais nas escolas. “O Projeto Escola Antirracista vai acontecer inicialmente aqui na Escola Maria Ilka, porque é a escola que recebe os alunos oriundos de Machadinha, da Escola Felizarda, nossa unidade referência em educação quilombola”, frisou Joelma.
Já a Coordenadora de Igualdade Racial, Jovana Azevedo, enfatizou a importância da valorização da cultura afro-brasileira, representada pelas oficinas de tranças e da boneca Abayomi. “A trança tem um significado muito grande para além de nos embelezar, as tranças foram rotas feitas na época, feitas pelos escravizados e eles iam, eles faziam as rotas deles através das tranças, então para além de nos embelezar, a trança é algo cultural que a gente deve preservar”.
Primeiro palestrante do Projeto Escola Antirracista, o professor de História da rede municipal de Quissamã e Doutor em Educação, Humberto Salustriano, ressaltou a necessidade urgente de projetos que combatam o racismo em todas as esferas da sociedade. “A gente precisa de mais projetos como esse, porque a gente vive ainda numa sociedade onde o racismo ainda é uma prática perversa e que faz parte do nosso cotidiano”.