O presidente Javier Milei validou seu plano de guerra contra trabalhadores estatais federais, insistindo que não renovará nenhum dos 70 mil contratos que vencem no final de março.
Em discurso de mais de uma hora diante de empresários, na terça-feira (26), Milei dedicou vários parágrafos ao ajuste fiscal. Numa lista de “conquistas” ele afirmou que “também demitimos 50 mil funcionários públicos, e não apenas isso, mas também cancelamos contratos, e agora mais contratos estão sendo rescindidos, com um total de 70 mil contratos a serem encerrados”.
Esses 70 mil contratos correspondem ao número total de contratados pelo estado nacional por meio de duas modalidades, e todos esses acordos expiram no final de março. Durante a semana, fontes do governo nacional haviam indicado que o número de desligamentos seria de “apenas” 15 mil.
Além disso, o presidente reiterou sua posição de reduzir o poder de compra do peso em relação ao dólar e aos demais preços. Isso resulta em uma forte diminuição no valor dos rendimentos e das economias da população, especialmente para aqueles com menos capacidade de se proteger contra a inflação e a desvalorização.
Em resposta, Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato dos trabalhadores estatais (ATE), declarou em sua conta X (antigo twitter): “Presidente Javier Milei, você não conseguirá demitir 70 mil funcionários públicos como gostaria. Hoje, as manifestações se multiplicaram em todo o país, e a tensão no estado continuará aumentando.”
O presidente adicionou à sua lista de ações a eliminação de obras públicas e a redução das transferências de despesas não obrigatórias para as províncias, tudo isso para diminuir o déficit nas contas públicas.