Lula não vai se desculpar por fala sobre Holocausto, mas quer separar Israel de judeus
O Palácio do Planalto pretende reforçar que as críticas do presidente Lula (PT) sobre o conflito na Faixa de Gaza focam no Estado de Israel e no governo de Benjamin Netanyahu, e não no povo judeu. Mas não deverá pedir desculpas pela fala do último final de semana.
Em viagem à Etiópia, Lula relacionou os ataques de Israel aos palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto promovido contra o povo judeu na Segunda Guerra Mundial. As falas tiveram repercussão internacional. Netanyahu afirmou que o petista “ultrapassou a linha vermelha”.
Internamente, o Planalto avalia que a fala de Lula não estava errada, mas que o discurso pode, sim, ser confundido com um ataque ao povo judeu. O presidente se reuniu na manhã desta segunda-feira (19) com o ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, e o ministro Paulo Pimenta (Secom) no Palácio da Alvorada para tratar do assunto.
Lula não deverá pedir desculpas. O Planalto insiste que as críticas aos ataques israelenses devem continuar: o plano, agora, é deixar a separação dos posicionamentos entre as ações do Estado e a sua população mais clara.
Lula e Amorim, principal conselheiro do presidente para assuntos internacionais, têm sido irredutíveis quanto ao pedido de desculpas. O presidente tem sido um dos principais críticos internacionais à guerra na Palestina e tem reforçado que não diminuirá as críticas “enquanto houver morte de crianças”, segundo aliados.