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Arqueólogos reagem à existência de Ratanabá nas redes sociais

Uma suposta civilização antiga se tornou destaque nas redes sociais. A cidade perdida de Ratanabá foi alvo de diversas teorias infundadas. De acordo com internautas, o suposto império submerso na Amazônia brasileira, chamado Ratanabá,  é uma cidade com dimensões maiores que a grande São Paulo. A cidade esconderia riquezas como esculturas de ouro e tecnologias avançadas de nossos ancestrais. Nas redes sociais, a descoberta é crediatado ao instituto chamado Dakila Pesquisas, liderado pelo terraplanista Urandir Fernandes Oliveira. Algumas teorias da conspiração disseram que a descoberta ajudaria a explicar “o verdadeiro interesse de dezenas de homens poderosos na Amazônia”.

“Ratanabá é um delírio coletivo”

Essas informações, porém, não fazem o menor sentido. “Tudo isso é um delírio”, avalia o arqueólogo Eduardo Goés, professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição. Na avaliação dele, o surgimento de histórias como a de Ratanabá, que não têm fundamento algum nas publicações científicas recentes, presta um “desserviço à arqueologia”.
“Há mais de 20 anos, os arqueólogos que atuam na região defendem que existiam cidades na Amazônia, mas isso era visto como coisa de maluco”, conta.
“Com o passar do tempo, a perspectiva foi mudando e a comunidade acadêmica começou a aceitar que, sim, existem evidências de sítios de grande dimensão, estradas e aterros construídos há muito tempo”, continua o especialista, que reforça que essas descobertas não têm nada a ver com civilizações antigas ou tesouros ocultos.
“Agora, todo o nosso esforço pode quase voltar à estaca zero com a história de Ratanabá e a propagação de informações das maneiras mais estapafúrdias possíveis”, completa.

 
 

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